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Vacina produzida pela USP contra o vírus zika mostra resultados promissores em testes com camundongos

10 de julho de 2025
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Uma nova vacina contra o vírus zika desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FM-USP) demonstrou ser segura e eficaz em testes com camundongos. Além de induzir a resposta imune contra o patógeno, o imunizante também protegeu os animais de danos cerebrais e testiculares associados à infecção viral. Os achados foram publicados na revista científica NPJ Vaccines e são um passo importante no avanço das estratégias de prevenção do zika. A pesquisa recebeu financiamento da Fapesp.

“São dez anos da epidemia de zika no Brasil e a doença continua sendo uma ameaça à saúde pública, especialmente para gestantes e seus bebês. No estudo conseguimos desenhar uma formulação capaz de neutralizar o patógeno e proteger os roedores tanto da inflamação no cérebro – uma das consequências mais preocupantes da infecção – quanto do dano testicular, algo que não foi observado em estudos epidemiológicos, mas é uma característica marcante da doença quando estudada em laboratório”, explica Gustavo Cabral de Miranda, pesquisador apoiado pela Fapesp responsável pelo projeto.

Miranda explica que a estratégia utilizada na formulação se baseia em uma tecnologia conhecida como “partículas semelhantes ao vírus” (VLPs, na sigla em inglês de virus-like particles). “Diferente de estratégias mais tradicionais, que utilizam inoculação de vírus atenuado ou inativado, nessa formulação não usamos o material genético do patógeno, o que torna seu desenvolvimento muito mais seguro, econômico e sem a necessidade de substâncias que potencializam a resposta imune [adjuvantes]”, detalha o pesquisador.

Ele explica que a tecnologia costuma ser dividida, basicamente, em dois componentes: a partícula carreadora (VLP), cuja função é fazer o sistema imune reconhecer a presença de um vírus, e o antígeno viral, responsável por estimular o sistema imune a produzir anticorpos específicos – neste caso contra os zika vírus – que impeçam a entrada do patógeno nas células.

No caso da vacina desenvolvida pelos pesquisadores do IMT, foi utilizada como VLP uma plataforma já bem estudada pelos cientistas, denominada QβVLP. Ela imita a estrutura viral, permitindo que o sistema imune “reconheça” uma ameaça. Já o antígeno escolhido foi o EDIII, uma parte da proteína do envelope do vírus zika cuja função é se conectar a um receptor nas células humanas (leia mais em: agencia.fapesp.br/53819) .

“Inoculamos as VLPs, produzidas no laboratório da USP por meio de bactérias [Escherichia coli], conjugadas quimicamente ao antígeno. Essa estrutura combinada imita um vírus real, com o EDIII preso na parte externa da plataforma”, descreve Nelson Côrtes, primeiro autor do estudo. “Quando a formulação é injetada no organismo, essa combinação ativa uma forte resposta do sistema imune, incluindo anticorpos e células do tipo Th1, um subtipo de linfócitos T que desempenha funções cruciais na resposta imunológica.”

Os testes realizados em camundongos geneticamente modificados e mais suscetíveis ao vírus mostraram que a vacina induziu a produção de anticorpos que neutralizaram o vírus e também não permitiu a exacerbação da infecção e, por consequência, o surgimento de sintomas.

Os pesquisadores também investigaram os efeitos da infecção pelo vírus zika em diversos órgãos de camundongos – como cérebro, rins, fígado, ovários e testículos. “A vacina demonstrou capacidade de proteger camundongos machos contra danos testiculares”, diz Côrtes. “Isso é importante diante dos riscos conhecidos da transmissão sexual do vírus zika e de seu potencial para causar lesões nos testículos, o que pode afetar negativamente a espermatogênese e a saúde reprodutiva como um todo”, ressalta o pesquisador.

Mira calibrada

O vírus zika tem uma particularidade que torna o desenvolvimento de vacinas ainda mais desafiador: é muito parecido com os quatro sorotipos do vírus da dengue e cocircula no mesmo ambiente de transmissão. A semelhança faz com que os anticorpos possam “confundir” um patógeno com outro. É o que os cientistas chamam de reação cruzada, algo que em um primeiro momento pode até parecer bom – afinal o sistema imune reconhece um vírus semelhante.

No entanto, caso os anticorpos não sejam potentes o suficiente para evitar uma segunda infecção por outro sorotipo de dengue, por exemplo, ocorre um efeito bumerangue. Os anticorpos se ligam ao vírus e fazem a célula do hospedeiro englobar o patógeno com mais facilidade. Desse modo, o próprio organismo ajuda o agente patogênico a infectar as células.

“O imunizante não provoca reação cruzada, o que é muito positivo. Estudos anteriores do grupo já haviam analisado essa questão e o uso do antígeno EDIII permite que o sistema imune produza anticorpos mais específicos para o vírus zika, evitando o problema”, diz Miranda.

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