O Fiat 500, carinhosamente conhecido como Cinquecento – pronuncia-se “tchinqüetchento” – surgiu na Itália em 1957 e teve a primeira versão produzida até 1975 na fábrica de Mirafiori, em Turim, na Itália.
Voltou em sua segunda geração já nos anos 2000 e foi lançado no Brasil de 2009, importado inicialmente da Polônia, e de 2012 até 2017, do México. Retornou às linhas de montagem de Turim em 2020, na sua terceira geração, com motorização totalmente elétrica – que desembarcou no mercado brasileiro no ano seguinte.
Como vendeu pouco mais de 250 unidades em seus quase três anos de mercado nacional, o Cinquecento carregável em tomadas é tão raro nas ruas brasileiras que continua a parecer novidade.
Pouca demanda
O preço elevado – R$ 214.990 – certamente é um dos fatores que inibem uma demanda maior pelo modelinho elétrico de estilo lúdico e de visual “vintage”. Mas não é o único.
Embora estejam abaixo dos R$ 239.990 pedidos em agosto de 2021, quando chegou ao Brasil, os atuais R$ 214.990 cobrados pelo 500e no site da Fiat não deixam o modelo competitivo em relação aos concorrentes chineses.
Exatamente por conta dos preços mais baixos, compactos e subcompactos de lançamento mais recente, como os BYD Dolphin (R$ 149.800 a R$ 178.800) e Dolphin Mini (R$ 115.800) e o GWM Ora 03 (R$ 150 mil a R$ 184 mil), tomaram conta do mercado brasileiro de elétricos no último ano.
E já se tornaram “figurinhas fáceis” nas ruas as grandes cidades brasileiras.
Autonomia de bateria
Além do preço, outro fator que inibe as vendas do 500e é a autonomia proporcionada pelas baterias – um tema especialmente sensível para os modelos elétricos.
Segundo o Inmetro, a autonomia do 500e fica em 227 quilômetros –distante dos concorrentes Dolphin (291 quilômetros na versão GS e 330 quilômetros na Plus) e Dolphin Mini (280 quilômetros) e Ora 03 (232 quilômetros na versão Skin e 319 quilômetros na GT).
Novas baterias em desenvolvimento
Para reverter tal defasagem em relação aos chineses, a Stellantis anunciou que investirá 100 milhões de euros (R$ 555 milhões) para desenvolver um novo pacote de baterias para o Fiat 500e, que aumentará sua autonomia e reduzirá custos.
A atual bateria do 500e é da Samsung e vem da Coreia do Sul, mas a nova bateria será desenvolvida na China e montada na Itália. A novidade deve chegar junto com a segunda geração do pequeno Fiat elétrico, provavelmente em 2026/2027.
Fiat 500e/Luiza Kreitlon/AutoMotrix
Localizada sob o assoalho, a atual bateria de íons de lítio de 42 kWh do 500e pode ser reabastecida em casa por meio de cabos que acompanham o veículo. Nas estações com carregadores rápidos, consegue ser reabastecida até 80% em 35 minutos.
O subcompacto elétrico italiano também se recarrega sozinho nas frenagens, por conta da regeneração de energia. São três modos de condução – “Normal”, “Range” e “Sherpa”.
Modelo subcompacto
Apesar de ter crescido um pouco em comparação aos seus tempos de motor a combustão – ganhou 5,6 centímetros no comprimento, dois centímetros no entre-eixos e 6,1 centímetros na largura –, o 500e permanece sendo um subcompacto.
Com 3,63 metros de comprimento, 1,68 metro de largura, 1,52 metro de altura e 2,32 metros de distância de entre-eixos, o elétrico da Fiat tem 1.352 quilos – as baterias sempre “engordam” os veículos elétricos.
A tarefa de mover o carrinho fica a cargo do motor assíncrono trifásico com tração dianteira, que entrega 118 cavalos de potência e 22,4 kgfm de torque –números semelhantes aos de um motor 1.8 aspirado ou um 1.0 turbo.
Carro de imagem
Se o preço, a autonomia e a concorrência chinesa dificultam que o 500e deslanche nas vendas no Brasil, o jeito é assumir o papel de carro de imagem – e uma imagem cheia de estilo e de referências emocionais ao respeitado design automotivo italiano é algo que o subcompacto elétrico da Fiat tem de sobra.
Com uma das silhuetas mais icônicas da indústria automotiva mundial, o modelo atual mistura elementos do visual do Cinquecento original de 1957 com detalhes “herdados” de sua segunda geração.
O conjunto óptico dianteiro é certamente o maior charme, com suas luzes de circulação diurnas (DRL) separadas dos faróis principais, que conferem um simpático “olhar sapeca”.
Fiat 500e/Luiza Kreitlon/AutoMotrix
Todas as luzes externas do 500e são em leds e, em conjunto com o efeito “Infinity Mirror” (que associa os leds de superfícies reflexivas para criar uma espécie de espelho infinito) adotado nos faróis e nas lanternas, criam uma assinatura luminosa singular.
O Fiat 500e é oferecido nas cores Verde Oceano, cinza, preto e branco.