O turismo de observação de baleias tem impulsionado o fluxo de visitantes no Litoral Norte de São Paulo, especialmente em Ilhabela e São Sebastião, durante os meses mais frios do ano. O aumento da movimentação de baleias-jubarte, que migram da Antártida para o Brasil entre abril e outubro, facilitou os avistamentos na costa paulista. Na última temporada, 561 indivíduos foram registrados, frente a 20 em 2016, segundo o Projeto Baleia à Vista.
A presença das baleias elevou a ocupação hoteleira para mais de 80% em julho, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, e aqueceu o comércio local, de acordo com a Associação Comercial de Ilhabela.
“É uma ruptura definitiva com a sazonalidade, uma experiência inesquecível que tem conquistado visitantes do nosso estado, do país e do exterior, além de gerar empregos e acionar toda a cadeia do turismo”, afirma o secretário Roberto de Lucena, da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP).
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Dados do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), vinculado à Setur-SP, apontam que 120 mil turistas devem visitar a região anualmente com esse objetivo, gerando uma movimentação direta de R$ 138 milhões por temporada.
Passeios náuticos de avistamento já superam o faturamento de atividades tradicionais de verão. Em 2024, cerca de 12 mil pessoas participaram das saídas, número 63% maior que o registrado no ano anterior. A expectativa é alcançar 13 mil turistas até o fim do ano. “São saídas mais longas, para um público que investe e valoriza este tipo de experiência”, afirma Gustavo Benedito, que coordena grupos de avistamento de baleias.
Além das jubartes, os passeios oferecem avistamento de baleias-franca, baleias-de-bryde, golfinhos, tartarugas e aves marinhas. A atividade é acompanhada por eventos como o Festival da Tainha (11 a 13/7) e a Semana Internacional de Vela (19 a 26/7), em Ilhabela; e o Festival do Camarão (3 a 6/7), o Festival Sertanejo (14 e 15/7) e o Arraiá do Tio Maneco (18 a 26/7), em São Sebastião.
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A observação também contribui para o monitoramento das espécies. As caudas das jubartes, únicas para cada indivíduo, são fotografadas e catalogadas na plataforma internacional Happywhale. A iniciativa permite rastrear os animais em diferentes oceanos.
O turismo de observação é regulado por práticas responsáveis. Em Ilhabela e São Sebastião, profissionais passam por capacitação e oficinas, e as prefeituras promovem campanhas de conscientização. O objetivo é garantir o bem-estar dos animais e a sustentabilidade da atividade.