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‘Economia azul’: estudo da USP mostra os impactos das atividades que dependem de recursos marinhos

21 de julho de 2025
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelou a estrutura da chamada “economia azul” no Brasil – o conjunto de atividades econômicas que dependem diretamente dos recursos marinhos. Com base em um modelo inter-regional de insumo-produto, os autores mapearam os impactos diretos e indiretos dessas atividades, evidenciando tanto a importância econômica do litoral quanto sua profunda conexão com o interior do país.

A pesquisa foi realizada por Eduardo Haddad, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA-USP), e por Inácio Araújo, pesquisador de pós-doutorado no mesmo departamento. Artigo a respeito foi publicado o periódico Ocean Sustainability.

“O que aportamos como inovação foi a mensuração da chamada economia do mar, com destaque para a dimensão geográfica e a interconexão da estrutura produtiva. Isso gerou um conhecimento que pode servir de base para outros modelos”, afirma Haddad.

Segundo o estudo, em 2019 as atividades diretamente ligadas à economia azul responderam por 2,91% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 1,07% do emprego nacional. Na composição desse PIB Azul, o setor de longe mais relevante foi extração de petróleo e gás natural (60,4%), seguido por administração pública e defesa (7,4%) e armazenagem e transporte (7,3%). “Em termos de valor, o grosso está no petróleo offshore, que contribui com mais de 60% do PIB Azul brasileiro. Os outros quase 40% estão distribuídos em clusters como defesa, turismo costeiro, transporte marítimo e pesca”, informa o pesquisador.

Conexão com áreas não costeiras

Um dos principais resultados do trabalho foi mostrar a interconexão da economia do mar com cadeias econômicas de áreas não costeiras. Quando se consideram os efeitos indiretos do encadeamento com outros setores, o impacto da economia azul sobe para 6,39% do PIB e 4,45% do emprego. “É como se eu retirasse uma planta do solo e viesse junto toda a raiz, que havia se expandido até muito longe. Quando abstraímos do conjunto da economia uma atividade ligada ao mar, como a pesca, isso afeta toda a cadeia de valor para trás e para frente. Eu costumo brincar dizendo que é por meio dessa interconexão econômica que o mar chega a Minas Gerais”, explica Haddad.

Embora a economia azul brasileira esteja fortemente concentrada na região Sudeste, com Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo respondendo por 82% da produção direta, o estudo revela uma diversidade de especializações regionais. “O que percebemos são várias nuances regionais nas economias costeiras e isso tem implicações importantes para o desenho de políticas de desenvolvimento sustentável”, argumenta Haddad. “Daí o título de nosso estudo: Tons de azul.”

Enquanto o Sudeste e parte do Sul se destacam em extração de petróleo e transporte marítimo, o Nordeste mostra maior especialização em turismo costeiro e pesca artesanal. Segundo o pesquisador, “a economia do mar é importante de formas diferentes, dependendo da região. No Rio de Janeiro, é o petróleo; no Ceará, são o turismo e a pesca”.

O estudo também ranqueia os 50 municípios com maior participação na economia do mar, que concentram 90% da atividade nacional. “Do total de 280 municípios costeiros, a maior parte dos mais relevantes está no Estado do Rio de Janeiro, muito em função da exploração de petróleo”, observa Haddad.

Para os autores do estudo, o Brasil precisa superar a fragmentação das políticas marítimas. Apesar de contar com a Política Nacional para os Recursos do Mar e com a Política Marítima Nacional, ainda não há uma articulação eficaz para transformar os recursos oceânicos em desenvolvimento sustentável.

“O que fizemos foi adotar uma abordagem integrada, que mede não apenas o efeito direto das atividades ligadas ao mar, mas também as interações com outras atividades econômicas, localizadas tanto na costa quanto no interior”, sublinha Haddad. “A lógica é permitir que políticas públicas regionais sejam mais bem calibradas à realidade de cada território.”

A metodologia desenvolvida no estudo já começou a ser aplicada em lugares cujas economias dependem fortemente do mar, como Ilha da Madeira, Açores e Peru. “Nossa pretensão é contribuir para a formulação de decisões ambientais e econômicas mais justas, territorialmente sensíveis e eficazes”, conclui Haddad.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de auxílio ao projeto INCT para Mudanças Climáticas (14/50848-9) e da bolsa de pós-doutorado “Avaliação de impactos de eventos extremos: uma abordagem integrada de equilíbrio geral computável e análise de risco” (21/12397-9).

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