A dor de cabeça é um desconforto que pode atingir a nuca, testa e todas as regiões do cabeça. Além disso, a depender do fator que origina a dor, pode afetar ainda o couro cabeludo, os olhos e o pescoço. Pode ocorrer em virtude de desidratação, má-alimentação, estresse, falta de sono, sendo casos comuns do dia a dia. Porém, existem tipos de dores que podem indicar sinal de alerta para doenças e até problemas mais sérios de saúde, como o tumor no cérebro.
O câncer no cérebro pode ter causas primárias, originando-se diretamente no órgão, ou ainda ser provenientes de metástases – cânceres originários em outros órgãos que evoluem para a cabeça. Para identificar sinais de alerta da doença é preciso reparar se há sintomas persistentes, como uma dor de cabeça que não melhora com medicações comuns e que vem piorando em frequência e intensidade com o passar do tempo. Além disso, crise convulsiva, fraqueza em alguma parte do corpo, incoordenação ou dificuldade de fala também podem ser pontos de atenção para buscar auxílio médico.
A doença não tem prevenção, alerta Ligia Coronatto, neurologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Daí a importância dos sinais de alerta. “Diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para resultados eficazes contra a doença. Mesmo sendo ainda um tabu para a nossa sociedade, o tumor cerebral pode ser revertido e, com o acompanhamento de saúde adequado, o paciente pode ter maior sobrevida do que no passado, além de maior qualidade de vida”, explica.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e este ano (2025), no país, foram estimados 11.490 novos casos de câncer do Sistema Nervoso Central.
Medicamentos e aprovações
A neurologia do futuro tem crescido. Junto de pesquisas clínicas, medicamentos têm surgido para auxiliar no tratamento de tumores cerebrais. Um estudo do “The New England Journal of Medicine”, de 2023, demonstrou resultados promissores para tratar gliomas mutantes de grau 2 de IDH – que são tumores cerebrais graves e que podem causar incapacidade e morte precoce.
O estudo avaliou o Vorasidenib, um medicamento oral que atua em enzimas mutantes no câncer, em 331 pacientes, durante 14 meses. O principal objetivo foi avaliar quanto tempo os pacientes poderiam viver sem o tumor crescer ou a doença piorar tomando a medicação. O resultado obtido foi que pacientes tratados com Vorasidenib tiveram uma melhora significativa no tempo em que conseguiram viver sem o tumor crescer, comparado ao grupo que recebeu placebo – com uma sobrevida de 27,7, enquanto o outro grupo, de apenas 11,1 meses.
Em agosto de 2024, FDA (Food and Drug Administration) aprovou o Vorasidenibe para tratamento de tumor cerebral. Há expectativa que a Anvisa aprove o medicamento no Brasil ainda no primeiro semestre de 2025.