Em menos de um ano, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) de Registro já acolheu mais de 500 animais silvestres e se tornou referência no atendimento à fauna no Vale do Ribeira. A estrutura estadual mantém atualmente 199 indivíduos em reabilitação e tem papel estratégico no combate ao tráfico de animais e na preservação da biodiversidade.
“O Cetras de Registro representa um compromisso concreto do Governo de São Paulo com a proteção da nossa biodiversidade. Não se trata apenas de acolher animais em situação de risco, mas de devolver à natureza aquilo que é dela por direito — com responsabilidade, ciência e sensibilidade ambiental”, afirma a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
LEIA TAMBÉM: Mais de 74% dos animais reabilitados em centro estadual foram enviados de volta à natureza
Mais de 500 animais atendidos
Desde a inauguração, em setembro de 2024, o Cetras de Registro acolheu 513 animais silvestres, dos quais 199 permanecem sob cuidados veterinários. O balanço inclui 356 aves, 127 mamíferos e 30 répteis, com destaque para espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica e o papagaio-de-cara-roxa.
Os animais chegaram ao centro por diferentes vias: 303 foram resgatados em situação de risco (acidentados ou órfãos), com apoio de órgãos ambientais e munícipes; 184 foram apreendidos em operações contra o tráfico de fauna; e 26 foram entregues voluntariamente por pessoas que não conseguiram manter os animais adquiridos como pets.
A região de Registro, conhecida pelas plantações de banana, tem uma particularidade: durante a colheita, é comum encontrar ninhos de aves entre os cachos, o que aumenta o número de resgates — principalmente de filhotes.
Segundo Liliane Milanelo, coordenadora da Coordenadoria de Gestão de Cetras, a presença da unidade representa um avanço importante na conservação da fauna. “A estrutura regional fortalece o cuidado com os animais e agiliza o atendimento de casos que antes precisavam ser deslocados para centros distantes”, afirma.
LEIA TAMBÉM: Centro de recuperação de animais silvestres em SP recebe 163 aves resgatadas do tráfico
Estrutura e funcionamento
Instalado em uma área de 1.000 m², sendo 900 m² construídos, o Cetras de Registro tem capacidade para até 300 animais simultaneamente. A unidade é coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia.
Com investimento de R$ 8 milhões, o centro conta com ambulatório, laboratório, sala de cirurgia, áreas de internação, quarentena e espaço dedicado a filhotes órfãos. A equipe é composta por veterinários, biólogos, tratadores e profissionais administrativos.
A localização, próxima à rodovia BR-116 (Régis Bittencourt) — uma das principais rotas do tráfico de animais silvestres entre o Sul e o Sudeste — torna o centro estratégico no enfrentamento desse tipo de crime ambiental.
Rede estadual para atendimento à fauna
O Cetras de Registro integra a rede estadual de atendimento à fauna, composta por 30 unidades. Esses centros são responsáveis pela triagem, reabilitação e reintegração de animais silvestres à natureza, conforme a Resolução Conama Nº 489.
Entre os destaques da rede está o Cetras-SP, no Parque Ecológico do Tietê, em funcionamento desde 1986. Só em 2024, essa unidade recebeu mais de 8.500 animais, com 75% de sucesso na reintrodução à natureza.