Quando Assis Valente compôs a música “Brasil Pandeiro”, desejava apresentar nosso país aos americanos, enaltecendo a diversidade tanto de terras quanto de povos e culturas que são nossa identidade. Na época, a grande embaixadora era a eterna Carmen Miranda. A popularização da música deu-se anos depois, com o grupo Novos Baianos, mas a diversidade permaneceu, só que de outra forma. O desastre climático no sul prossegue sem qualquer horizonte de finalização. Os problemas são constantes, pois após os salvamentos, a reconstrução da vida e das cidades é a urgência do momento. A burocracia estatal deveria auxiliar, mas é demasiadamente lenta para esse tipo de situação; precisa ser repensada.
Noutro canto do país, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vem acelerando aprovações na assembleia estadual. A última foi das escolas cívico-militares, um modelo de ensino em que há enaltecimento da disciplina e hierarquia como modos de correção e melhoria do ensino. No caso, a proposta é dirigida às escolas de baixo rendimento. Só o tempo dirá se entregará bons resultados ou se foi mera ideologia ou demagogia.
O Rio de Janeiro continua lindo, mas “do morro do Vintém”, como diz a música, aos tribunais há samba; só que naquele, as pessoas se divertem, neste, a sociedade se entristece com outro governador, agora Cláudio Castro (PL), sendo processado pela Justiça Eleitoral. De Anthony Garotinho a Sérgio Cabral, vários foram os chefes do executivo presos. “Brasil, esquentai vossos pandeiros que nós queremos sambar”. De fato, o brasileiro vem sambando a toda prova, ora salvando pessoas e tendo que reconstruir um estado, ora acelerando outro que já vive acelerado e, em outro, alguns políticos virando réus de processos (embora não seja novidade). De fato, a batucada reúne nossos valores. Vamos iluminar nossos terreiros e sambar, pois a realidade está demasiadamente pesada nos últimos tempos.