Após uma formação de 80 horas, os agentes sociais do Programa SuperAção SP estão prontos para buscar famílias em situação de vulnerabilidade e ajudá-las a acessar programas sociais e gerar renda. Na próxima semana, eles participarão de uma série de encontros com técnicos municipais para articular a operação do programa. A previsão é que o trabalho de campo comece em outubro.
“O agente de Superação é o ponto de inovação dessa política. Entendemos que ele é uma pessoa fundamental no processo de acompanhamento dessa família no território”, diz Marcelo Ricci, coordenador do SuperAção SP, em participação no SP em 3, 2, 1, programa da Agência SP.
O SuperAção SP é um programa da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo que apoiará famílias a saírem de situação de pobreza no estado. A iniciativa faz isso por meio de capacitação profissional, suporte financeiro e integração ao mercado de trabalho.
Durante essa jornada, é o agente de Superação que acompanha direta e continuamente a família, com visitas domiciliares periódicas. O trabalho se iniciou com a formação de 80 horas e será seguido por um alinhamento técnico com equipes municipais para, enfim, ter o processo de busca ativa das famílias.
Quais famílias podem participar do SuperAção SP?
“São famílias inscritas no Cadastro Único, com dados atualizados, e que possuem renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759)”, explica Ricci.
Os agentes de Superação acompanham as famílias por até dois anos, prorrogáveis por mais seis meses. Nesse período, eles elaboram um plano de desenvolvimento que inclui auxílios financeiros, bonificações por metas cumpridas e acesso facilitado a políticas públicas. Assim, o SuperAção SP apoia famílias no acesso a programas de saúde, educação, habitação e assistência social. Cada agente acompanha até 20 famílias.
O SuperAção SP tem auxílios financeiros?
“Estão previstos tanto auxílios quanto incentivos. Os auxílios são para que as famílias possam realizar as atividades que estão previstas dentro do programa em cada um dos módulos. Já os incentivos funcionam como prêmios, para que as famílias realizem as ações previstas e alcancem os resultados que se pretendem”, diz Ricci.
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O programa é baseado em duas trilhas de atendimento. A primeira, de Proteção Social, é voltada a famílias com barreiras severas de inclusão, como dependência de cuidados, idade avançada ou baixa escolaridade. Já a trilha de Superação da Pobreza atende famílias com perfil ativo para o mercado de trabalho.
Qual o papel dos agentes de Superação?
“Esses agentes serão responsáveis por realizar as buscas ativas pelas famílias no território e também acompanharão essas famílias por até 30 meses. Nesse período, farão um diagnóstico, um plano de desenvolvimento familiar e apoiarão essas famílias naquilo que for necessário para que elas consigam atingir autonomia e também a superação da pobreza”, explica Ricci.
São os agentes de Superação que apresentam os cursos de qualificação profissional do Governo de São Paulo às famílias, por exemplo. Com isso, eles apoiam com a integração ao mercado de trabalho, processo essencial para a superação da pobreza.
A assistente social Fernanda Fernandes, 24 anos, sempre sonhou em trabalhar com políticas públicas. Mais especificamente, com o acompanhamento de famílias. Agora, como agente, ela fará esse trabalho levando atendimento individualizado, visitas domiciliares e apoio contínuo para superar a situação de pobreza.
A primeira onda prevê a formação de 150 agentes e supervisores. “Esse caminho trilhado nos preparou para o trabalho em campo. Foi uma oportunidade enriquecedora. Viemos de diferentes lugares, mas com os mesmos objetivos: ética profissional, justiça social, combate ao preconceito e à desigualdade”, diz Fernanda.