A última sexta-feira (8) marcou um novo capítulo na vida de Tatiane Nunes, que deixou a Favela do Moinho, em São Paulo, para se mudar com os filhos Rafael, Kelvin e Sara para uma casa em Itanhaém, no litoral paulista. Após 11 anos vivendo na comunidade, ela aderiu ao plano de reassentamento estruturado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e optou pela modalidade de Carta de Crédito Individual, que permite buscar imóveis prontos em qualquer município do estado.
“Logo no início foi uma explosão, muita gente saiu agoniada, com incerteza de moradia. Conversei com o pai das crianças, apresentei as opções e entendemos que era melhor para mim era a carta de crédito porque temos três filhos”, relembrou Tatiane. Ela conta que, assim que recebeu a carta, entrou em contato com o corretor, que apresentou duas casas. “Ele disse que a segunda era a minha cara. E foi a que escolhemos, onde vou criar meus filhos”, contou animada. “A documentação já está toda regularizada”, completou.
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A nova residência, com dois quartos — sendo uma suíte —, sala, cozinha, quintal, lavanderia e churrasqueira, representa um sonho realizado. “A casa é linda. É a coisa mais maravilhosa. Um sonho que pedi para Deus e Ele me deu do jeitinho que pedi. Tem espaço para as crianças brincarem e isso me traz segurança. Aqui consigo controlar eles, educá-los melhor e cuidar mais da minha saúde mental. Os pais sempre querem dar o melhor, e eu estou pronta para essa nova vida”, afirma emocionada.
Mudança de vida
Tatiane entrou para a lista das 472 famílias que já se mudaram da Favela do Moinho, o que representa mais de 57% do total de 880 famílias cadastradas. O atendimento acontece por duas formas. Na primeira, elas podem optar por apartamentos oferecidos em um leque de empreendimentos em diferentes estágios: prontos, em construção ou com obras a iniciar. Já a segunda permite que busquem imóveis por conta própria, em qualquer região do estado, desde que atendam aos parâmetros do programa. Em ambas as possiblidades, as moradias devem custar até R$ 250 mil, a depender da localização.
Os imóveis não terão custos para quem possui renda mensal de até R$ 4,7 mil, de acordo com a parceria anunciada entre o Estado e o Ministério das Cidades em maio. Quem optar por uma moradia que ainda não está pronta recebe um caução de R$ 2,4 mil e, a partir do mês seguinte, um auxílio-moradia de R$ 1,2 mil. A medida também se estende a moradores que assinaram o contrato antes de a parceria ser firmada. Atualmente, aguarda-se o início da operação da Caixa Econômica Federal, complementarmente aos atendimentos que estão sendo realizados pelo Estado.
“Estou pronta para cuidar mais de mim e dos meus filhos, para dar a eles uma vida melhor”, finaliza Tatiane, agora cercada pela brisa do mar e por um quintal onde os filhos têm espaço para crescer com segurança e dignidade.