Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Accept
Informe São Paulo
Facebook Like
Twitter Follow
Instagram Follow
Informe São PauloInforme São Paulo
Pesquisar
  • Principal
Follow US
© Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Governo

Cientistas desenvolvem tecnologia que revela potente atividade antiviral do própolis

2 de agosto de 2025
Compartilhar

Cientistas da USP em Ribeirão Preto desenvolveram e testaram nova tecnologia contendo extrato de própolis que se mostrou eficaz contra o vírus da covid-19. Trata-se de nanoestruturas que encapsulam os principais compostos da própolis verde brasileira (artepillin-C e bacarina), potencializando suas propriedades e favorecendo a internalização dos princípios ativos pelas células.

Contents
Aumento dos efeitos biológicos da própolisPrópolis verde tem alta concentração de artepillin-CTecnologia patenteada já virou produto comercial

Especialista em nanopartículas biodegradáveis e umas das responsáveis pela novidade, a professora Priscyla Daniely Marcato Gaspari, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, afirma que sua equipe, juntamente com outros grupos de pesquisa da USP em Ribeirão, conseguiu comprovar o efeito antiviral e anti-inflamatório do extrato de própolis verde nanoencapsulado em diferentes cepas do vírus sars-cov-2, usando modelo experimental in vitro (cultura de células) e ex vivo (em amígdalas humanas).

LEIA TAMBÉM: Banco de Sangue do Hospital do Servidor opera com estoque de bolsas do tipo O+ em nível crítico

Segundo a professora Priscyla, esta é a primeira vez que se confirma o efeito antiviral in vitro do artepillin-C, composto majoritário do extrato de própolis verde. 

Outro destaque “foi a confirmação da ação anti-inflamatória da formulação nas amígdalas”, informa a professora, lembrando a gravidade da inflamação que o sars-cov-2 provoca chegando, em alguns casos, a uma resposta imune exacerbada, conhecida como tempestade de citocinas. “Formulações que reduzem essas citocinas inflamatórias são uma opção importante para tratar os sintomas graves da covid-19, ajudando a evitar o agravamento da doença e melhorando a recuperação dos pacientes”, destaca.

Sobre o poder antiviral da tecnologia que desenvolveram, Priscyla diz que apresenta tanto potencial de prevenção quanto de tratamento contra o sars-cov-2. Nos ensaios com células e amígdalas previamente tratadas com a formulação, os pesquisadores verificaram redução significativa da carga viral após exposição ao vírus, indicando que “a formulação inibiu a entrada do vírus na célula, minimizando a sua replicação”, com potencial na profilaxia da covid-19.

Todos os estudos da atividade antiviral em sars-cov-2 foram realizados pela equipe da professora Priscyla em parceria com seus colegas da FCFRP, Jairo Kenupp Bastos e Ronaldo Bragança Martins, e o professor Eurico de Arruda Neto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Aumento dos efeitos biológicos da própolis

Para a tecnologia que envolve o extrato de própolis verde, os pesquisadores criaram nanoestruturas lipídicas – estruturas de dimensão extremamente pequena, nanométrica (um bilionésimo do metro) – constituídas por óleo e substâncias tensoativas (moléculas anfifílicas, ao mesmo tempo solúveis e insolúveis em água, mas solúveis em gordura). 

Essa composição e o reduzido diâmetro permitem à nanoestrutura “uma melhor internalização nas células, além de favorecer a absorção dos compostos do extrato, protegendo-os da degradação”, conta a pesquisadora.

O processo de preparação das nanoestruturas não altera ou degrada os compostos da própolis. Ao contrário, o encapsulamento aumenta a estabilidade e efeitos biológicos das substâncias ativas da própolis; entre elas, “atividades antioxidantes, antitumoral, antiviral e anti-inflamatória são potencializadas quando encapsuladas em nanoestruturas”, acrescenta.

Priscyla informa que testaram a formulação em diversas etapas até obter uma composição adequada para a administração por via oral, com uma concentração de extrato de própolis verde de 11%, que é a quantidade máxima de encontrada nos produtos comercializados atualmente.

Ela lembra, porém, que não é apenas a porcentagem de extrato que importa, mas os níveis dos principais compostos bioativos. A depender do processo de obtenção do extrato, pode ocorrer a degradação dos compostos, “como é o caso de muitos produtos à base de extrato aquoso de própolis”.

A formulação nanoestruturada obtida e testada pela equipe da USP alcança os 11% de extrato, preservando alta concentração dos compostos essenciais da própolis (artepillin-C e bacarina), mesmo em formulação aquosa. 

E mais: os testes mostraram que o encapsulamento nessa nanoestrutura serve para diferentes tipos de extratos de própolis, como verificado nos resultados com a própolis vermelha brasileira (testes realizados em laboratórios da FCFRP).

Própolis verde tem alta concentração de artepillin-C

A própolis é fabricada pelas abelhas – utilizando resina de plantas e suas próprias salivas – para proteção da colmeia. Ela é usada com fins medicinais há séculos. São atribuídas à própolis funções imunológicas, anti-inflamatórias, antimicrobianas, cicatrizantes, antifúngicas, antioxidantes, entre outras.

O estudo conduzido pela equipe da USP em Ribeirão Preto utilizou diferentes modelos celulares para avaliar as atividades antiviral, antioxidante, anti-inflamatória e antitumoral da própolis verde. O extrato de própolis, fornecido pela empresa Apis Vida, de Bebedouro (SP), é fruto de uma colaboração de anos com os laboratórios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP). 

Nesse contexto, o professor Bastos contribuiu com a caracterização, preparação e avaliação biológica dos extratos, enquanto a professora Priscyla liderou o desenvolvimento da formulação nanoestruturada aquosa. Mas por que estudar a própolis verde já que existem diversos tipos de própolis? 

A professora Priscyla explica que a alta concentração de artepillin-C, presente nesse tipo específico, confere propriedades medicinais e biológicas únicas, já que este é um composto bioativo amplamente reconhecido por suas atividades anticancerígena, anti-inflamatória e antioxidante. 

Entre os diversos tipos de própolis, classificados principalmente pela região geográfica e plantas das quais as abelhas coletam a resina, os mais conhecidos no Brasil são a própolis verde, vermelha e marrom. Mas “a composição química de cada tipo é distinta, resultando em diferentes efeitos biológicos”, destaca a professora.

Tecnologia patenteada já virou produto comercial

Os testes com a formulação nanoestruturada foram realizados em culturas de células Caco-2, derivadas de adenocarcinoma de cólon humano. Esse modelo foi escolhido para os estudos de atividade antiviral devido à alta expressão da serina protease 2 na membrana dessas células, que é uma das principais vias de entrada do vírus nas células.  

LEIA TAMBÉM: Pesquisa transforma células-tronco de doadores com diabetes tipo 1 em produtoras de insulina

Além disso, foi realizada a avaliação da atividade antiviral e anti-inflamatória da formulação de própolis nanoestruturada em amostras de amígdalas previamente tratadas com antibióticos. As amídalas humanas foram tratadas com a formulação contendo própolis por duas horas, seguida da inoculação com o vírus sars-cov-2. Após a inoculação, os tecidos foram incubados e tratados por quatro dias. Ao final do período, foi observada uma redução maior que 80% na carga viral, além da diminuição significativa de marcadores inflamatórios, como as citocinas IL-6, IL-1β e TNF-alfa.

Os resultados do estudo acabam de ser publicados na Scientific Report. Mas a tecnologia já virou produto, que está sendo comercializado pela empresa parceira, após a obtenção da licença da patente depositada junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) do governo federal, fruto do contrato celebrado com a USP, por meio de sua agência de inovação, a Auspin. Os estudos continuam nos laboratórios de Ribeirão Preto com avaliações de outros efeitos biológicos da formulação.

Leia também

Estudo sobre vacina contra câncer dá passo promissor para tratamento de tumores

Dormir só à noite ou tirar cochilos ao longo do dia, o que é melhor para a saúde? USP responde

Governo de SP amplia acesso ao Ensino Superior na região de Barretos com inauguração da Fatec Olímpia

Unicamp desenvolve curativo que aumenta eficácia do tratamento de feridas cutâneas

Quase 30 mil foragidos foram recapturados pela polícia no interior de São Paulo

Assuntos Governo
Compartilhar este artigo
Facebook Twitter Email Copy Link Print
Painel Informe Manaus de Satisfação: Gostou da matéria?
Love0
Angry0
Wink0
Happy0
Dead0

Você pode gostar também

Governo

Estudo sobre vacina contra câncer dá passo promissor para tratamento de tumores

3 de agosto de 2025
Governo

Dormir só à noite ou tirar cochilos ao longo do dia, o que é melhor para a saúde? USP responde

3 de agosto de 2025
Governo

Governo de SP amplia acesso ao Ensino Superior na região de Barretos com inauguração da Fatec Olímpia

2 de agosto de 2025
Governo

Unicamp desenvolve curativo que aumenta eficácia do tratamento de feridas cutâneas

2 de agosto de 2025
Governo

Quase 30 mil foragidos foram recapturados pela polícia no interior de São Paulo

2 de agosto de 2025
Governo

Lote Litoral: rodovias do litoral vão ganhar duplicação e marginais com investimento de R$ 4,3 bi

2 de agosto de 2025
  • Fale Conosco
  • Blog
  • Termo de Uso
  • Política de Privacidade
  • Sobre o Site

Siga-nos

Portal Informe São Paulo