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Pesquisadores do Brasil e da França vão testar nova terapia celular contra tipo de câncer

22 de junho de 2025
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Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e do Instituto Curie, da Universidade de Ciências e Letras de Paris (PSL, na sigla em francês), vão realizar um estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia de uma nova imunoterapia à base de células CAR-T em pacientes com linfoma óculo-cerebral.

O projeto prevê a transferência de tecnologia entre as instituições para a produção de versões dessas células de defesa (os linfócitos T) que têm sido geneticamente transformadas pelos pesquisadores franceses para o tratamento desse tipo raro de câncer que se desenvolve no sistema nervoso central, afetando o cérebro e os olhos.

O escopo do projeto foi apresentado durante a Fapesp Week França, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de junho em Tolouse, capital da região da Occitânia, no sul do país.

“A ideia é que os pesquisadores franceses tragam para o Brasil essas versões aprimoradas de células CAR-T e que nós possamos ajudá-los nas fases finais do desenvolvimento e na realização do estudo clínico. Concluído esse processo, pretendemos estabelecer um acordo que permita a transferência de tecnologia para podermos licenciá-la para o SUS [Sistema Único de Saúde]”, disse à Agência Fapesp Diego Clé, professor da FMRP-USP e coordenador do projeto do lado brasileiro.

Por meio de projetos apoiados pela Fapesp (13/08135-2 e 14/50947-7), os pesquisadores da FMRP-USP, em parceria com o Instituto Butantan, começaram a partir de 2019 a desenvolver no Brasil essa terapia celular avançada. Iniciada em 2017 nos Estados Unidos, a estratégia é baseada na modificação genética de linfócitos T extraídos dos próprios pacientes e manipulados em laboratório para identificar e eliminar células tumorais.

A iniciativa resultou em 2022 na criação, em Ribeirão Preto, do Nutera – a primeira fábrica de produtos celulares da América Latina, voltada a produzir terapia celular CAR-T, contou Clé.

“Os investimentos em pesquisa básica feitos por agências de fomento, como a Fapesp, permitiram desenvolver a terapia celular no Brasil, fazer a translação de um produto de bancada para a prática clínica e escalonar a produção com a fábrica”, disse o pesquisador.

“Fazemos um produto com células CAR-T nacional com custo equivalente a um terço dos produtos comerciais disponíveis no Brasil hoje, cujos preços variam de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. E uma das vantagens de fazer um produto nacional é a possibilidade de incorporá-lo ao SUS”, sublinhou.

Inicialmente, as células CAR-T produzidas no Nutera são voltadas ao tratamento de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Em comum, as células desses dois tipos de cânceres possuem uma proteína-alvo, chamada CD19.

A plataforma tecnológica e a estrutura do Nutera, contudo, permitem o desenvolvimento de células CAR-T voltadas a combater outros tipos de cânceres.

“É por isso que é importante a colaboração. Se tem um pesquisador na França, por exemplo, que desenvolveu uma CAR-T para outros alvos, como essa para um linfoma do sistema nervoso central, podemos testar”, afirmou.

“Iremos usar essa CAR-T que eles desenvolveram lá para fazer a translação, caminhando em direção à parte pré-clínica e, depois, para os estudos clínicos.”

Os pesquisadores também estão planejando empregar a plataforma tecnológica que desenvolveram a fim de produzir células CAR-T para combater câncer do sistema nervoso central e para o tratamento de doenças autoimunes, como a nefrite lúpica – condição que ocorre quando o lúpus eritematoso sistêmico atinge os rins, causando inflamação e danos. “Esperamos iniciar o ensaio clínico no próximo ano”, antecipou Clé.

Pioneirismo na tecnologia

A França foi um dos países que contribuíram para o surgimento da terapia CAR-T por meio de cientistas como o imunologista Michel Sadelain, com quem o grupo de pesquisadores da PSL parceiros dos brasileiros colabora. Em 1992, o cientista começou a usar ferramentas de engenharia genética, chamadas de vetores retrovirais, para introduzir genes em células T. O objetivo era modificá-las para que atacassem tumores específicos.

O país também é um dos que mais tratam pacientes por meio dessa imunoterapia na Europa. “Há mais de 5 mil pacientes tratados com CAR-T na França, contra pouco menos de 100 no Brasil”, comparou Clé.

O país europeu, contudo, ainda não conta com uma versão nacional de um produto desenvolvido por instituições de pesquisa locais, como no caso do Brasil, e utiliza as opções comercializadas por indústrias farmacêuticas globais. Uma realidade que grupos de pesquisadores, como o coordenado pela hematologista Marion Alcantara, no Instituto Curie, pretendem mudar por meio de parcerias como a que estabeleceram com a USP.

“Queremos testar em pacientes as células CAR-T reprogramadas epigeneticamente que temos desenvolvido, mas ainda há uma série de etapas que precisaremos superar para isso”, ponderou Alcantara.

A meta dos pesquisadores franceses no estudo que realizarão em parceria com os brasileiros é recrutar 30 pacientes diagnosticados com linfoma óculo-cerebral. Um dos objetivos do estudo é avaliar a eficácia clínica da dose de células CAR-T que serão injetadas.

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