Marielle Franco foi assassinada em março de 2018, por vários disparos de arma de fogo, que também ceifavam a vida de seu assessor parlamentar. Hoje, sabemos que os autores eram ex-membros das forças policiais do Rio de Janeiro. Vereadora combativa, defendia a melhoria de vida nas periferias e da população pobre. Embora detivesse alto eleitorado na região nobre da cidade.
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Nos últimos dias, seu caso voltou aos jornais: após anos de investigação chegou-se aos mandantes do crime. De imediato, foram presos preventivamente, os irmãos Brazão, família de políticos do Rio de Janeiro e o ex-chefe da Polícia Civil, que comandou as investigações à época. Esse caso, tornou-se emblemático não somente para as páginas policiais, mas para a compreensão da política brasileira.
Um político de carteirinha, um membro da alta corte de Contas carioca e um Delegado de Polícia. Trata-se de uma tríade de personagens que figura vez ou outra na história nacional envolvendo casos de morte e corrupção.
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Um político dirigindo interesses escusos, um membro da corte de contas para o ajuste de todas dos gastos públicos e por fim um delegado de polícia para a abafar as investigações, que sejam de interesse. O carro usado para o crime foi parar em um desmanche (receptação). Os executantes eram ex-policiais militares. No curso das investigações, foram vários os suspeitos de serem mandantes, houve até a tentativa de envolver Jair Bolsonaro (PL), mas o declarante-denunciante voltou atrás em suas afirmativas.
Marielle Franco não deixou somente um legado para a luta dos excluídos, seu caso expõe a verdadeira face do Estado brasileiro que promove, pelos seus próprios membros, a violência tão atacada por ele mesmo. Nesse fogo cruzado está a população, que distante dos mármores da articulação do crime sofre no seu cotidiano ou fugindo de uma bala perdida ou de um político corrupto.