A cantora Zélia Duncan falou pela primeira vez sobre o afastamento de Rita Lee. As artistas, que eram amigas, deixaram de se falar há 18 anos.
Em entrevista a Tati Bernardi, no canal Universa, Zélia relembrou que o afastamento, com a sua parceira de criação da famosa música e hino feminino “Pagu”, aconteceu após ela entrar na banda Mutantes, em 2006. Rita Lee era a voz da banda anteriormente.
Siga as notícias da Gazeta de S.Paulo no Google Notícias
“Jamais desejei cantar nos Mutantes. Não sou louca. Olha a minha voz, olha a voz da Rita, uma grave, outra aguda. Ele (o Sérgio) me convidou para cantar com a banda em Los Angeles, Nova York e São Francisco. Fiquei desesperada. Convidaram a Rita, ela não quis”, relembrou Zélia.
A artista relembrou os momentos que viveu junto a amiga.
“Nós fizemos ‘Pagu’ juntas, uma música que muito me orgulha. Cantei com a Rita várias vezes em shows dela, e para mim, era uma imensa honra. E a gente se falava, passamos um monte de coisas legais. Eu conheci a Rita quando gravei o ‘Lá vou eu’. Quando teve o Prêmio da Música Brasileira, ela era homenageada, e ela me chamou para cantar. Dali cantei em vários lugares com ela, em outras cidades.”
Faça parte do grupo da Gazeta no WhatsApp e Telegram. Mantenha-se bem informado.
Zélia revelou a importância da cantora em sua vida. “A Rita foi o meu primeiro ídolo. Com 12 anos, pedi para a minha mãe o primeiro vinil, que era ‘Fruto proibido'”, desabafou.
A cantora conta como foi o convite para participar dos Mutantes, e que perguntou a amiga se estava tudo bem. “Peguei o telefone, ela atendeu, e eu disse: ‘Rita, recebi esse convite, mas quero saber como é para você. Porque se for estranho para você, realmente eu não vou’. Ela esperou uns três segundo e falou essas palavras: ‘Vai, você vai se divertir com os manos'”, contou Zélia a escritora Tati Bernardi.
Rita Lee eterna
Zélia ressaltou ainda a importância de Rita Lee para a música brasileira, e que tentou preservar a amizade mas soube respeitar os limites. “Mas a Rita é a rainha do Brasil, do pop brasileiro. Ela abriu todos os caminhos, é uma luz na vida da gente. Tudo que ela fez, ela revolucionou. Tudo ela fez em altíssimo nível. E assim foi. Ela falou ‘vai’, e eu fui. Alguns meses depois, ela foi sumindo, sumindo, e sumiu de mim. Parou (de conversar comigo). Tentei (contato), até um certo ponto, óbvio que respeitei”.
“Doeu. Doeu. Dói, dói até hoje. A vida se impõe, e eu vou prestar homenagem para a Rita até eu morrer. Curada essa dor na coisa mais aguda dela, o que fica é a menina de 12 anos que pediu para mãe o primeiro vinil, e esse vinil era ‘Fruto proibido’. E ela vai ser sempre para mim o que ela sempre foi como artista e como mulher. Lamento imensamente, eu até queria fazer com ela a resposta para a ‘Pagu’. Ficam as músicas. Sou muito tranquila em relação ao que eu podia fazer. Acho que fui amiga dela até quando ela permitiu”.