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Fitoterapia brasileira terá acervo inédito na Faculdade de Medicina da USP

15 de março de 2025
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Um acervo nacional dedicado à fitoterapia pública brasileira está sendo implantado no Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz, da Faculdade de Medicina (FM) da USP, buscando reunir conhecimentos tradicionais e científicos sobre o uso de plantas medicinais no Sistema Único de Saúde (SUS), e contribuir para a valorização e difusão dessas práticas terapêuticas. 

O acervo museológico conta com a organização e curadoria de Pedro Carlessi, sanitarista doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da FMUSP. “O acervo partiu de arquivos pessoais, formados e mantidos por trabalhadores da saúde, comunidades religiosas, pastorais e agricultores que conheci durante minha pesquisa de doutorado. São pessoas que têm registros sobre a interação entre sociedade civil e estado no campo da saúde há 20, 30 anos, tempo em que a fitoterapia se constitui nas bases dos movimentos sociais e da governança estatal”, explica.

Carlessi observa que o acervo pretende contribuir com novas leituras sobre a institucionalização da fitoterapia no Brasil a partir da trajetória e da participação das pessoas que fazem parte dessa história. “A narrativa predominante sobre essa história é contada pela perspectiva do estado. O acervo permite diversificar essa leitura e é também uma forma de reencontro dessas pessoas com essas memórias”.

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O acervo em formação é parte continuada da tese ‘A institucionalização da fitoterapia brasileira: identidade e legitimidade em torno do conceito de tradicionalidade‘, defendida pelo pesquisador em 2023 na pós-graduação em Saúde Coletiva, sob a orientação do professor José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. 

Pedro Carlessi, curador do acervo de fitoterapia do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP. Foto: Divulgação/USP

Em paralelo à formação do acervo, a pesquisa de Pedro Carlessi também resultou em um livro, a ser publicado pela Editora Hucitec no próximo mês. Tanto no acervo quanto no livro, o pesquisador registra a atuação da sociedade civil desde os anos 1980. Dessa pesquisa, os principais registros históricos estarão disponíveis no acervo do Museu Histórico da Faculdade de Medicina.

O Museu da FMUSP, segundo Carlessi, reúne mais de 250 coleções temáticas relacionadas com as práticas de saúde no Brasil. “O acervo dedicado à fitoterapia pública brasileira pretende compor esse conjunto de coleções temáticas por meio das memórias documentadas de pessoas, instituições, associações e municípios envolvidos com a institucionalização da fitoterapia no Brasil. Os arquivos têm sido recebidos em forma de doação por parte de seus detentores.”

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Dentro e fora do museu, a equipe de trabalho tem se dedicado na formação do novo acervo. “Contamos com a coordenação do professor André Mota, historiador dedicado às ciências e saúde no Brasil, com a experiência do historiador Gustavo Tarelow, pesquisador do Museu Histórico, e a colaboração do farmacêutico Nilton Luz, que muito tem nos ajudado na organização dos materiais que irão compor o acervo.”

Itens do acervo do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP. Foto: Cecília Bastos/USP

No museu, o trabalho de Gustavo Tarelow é minucioso, acolhendo todo o material coletado. “O Pedro Carlessi tem estabelecido diálogo com profissionais, associações e instituições que possuem registros documentais e iconográficos que podem colaborar com a construção da história da fitoterapia no Brasil”, explica o historiador. 

“A  expectativa é de que, neste primeiro semestre de 2025, este conjunto seja encaminhado ao Museu Histórico, que, por sua vez, irá fazer a guarda, organização e descrição arquivística desta coleção”, esclarece. “Em seguida, todo este material estará descrito no guia do acervo do museu e poderá ser consultado por todos os pesquisadores interessados. Cabe destacar que esta iniciativa vem ao encontro do objetivo do Museu Histórico da FMUSP, que é ampliar seu acervo contemplando a diversidade de saberes e práticas nos campos da medicina e da saúde  no Brasil.” 

Gustavo Tarelow, pesquisador do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP. Foto: Cecília Bastos/USP

Na avaliação de Pedro Carlessi, a institucionalização da fitoterapia no Brasil “é fruto de um longo percurso de ação coletiva por parte da sociedade civil, embora os espaços dedicados a documentar esses percursos sejam ainda diminutos. O acervo em formação procura suprir essa lacuna.”

Carlessi explica que mesmo antes da criação do Sistema Único de Saúde, a oferta pública de plantas medicinais e fitoterápicos é parte da disputa pela ampliação dos direitos e extensão da cidadania no País, especialmente no contexto pós-ditadura: “No Brasil, como se sabe, a saúde institucionalizada se instituiu cavando um abismo entre a legalidade e a legitimidade de certas práticas curativas. Sobretudo as práticas que envolvem o uso de plantas são parte de um movimento secular de renúncia, apagamento, criminalização e transformação, sobretudo quando envolvem identidades historicamente marginalizadas pela ação estatal”.

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O pesquisador destaca a participação da USP em diversos projetos que estão fortalecendo a fitoterapia como parte integrante e diversificadora do serviço público de saúde. “As ações promovidas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto contam com uma oferta formativa bastante estruturada, de alcance nacional, contribuindo ainda com ações de extensão universitária que subsidiam os municípios na estruturação dos serviços e políticas públicas voltadas a este tema.”

Implementação dos serviços de fitoterapia em São Bento do Sul, em Santa Catarina. Foto: Pedro Carlessi/USP
Viveiro do Projeto Farmácias Vivas-Hortos Terapêuticos em Pastos Bons, no Maranhão. Foto: Pedro Carlessi/USP
Colheita da Farmácia da Natureza em Jardinópolis, São Paulo. – Fotos Pedro Carlessi/USP

Formação em fitoterapia

O programa de educação Fitoterapia USP, para profissionais de saúde na área de fitoterapia, é resultado da parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP,  a Farmácia da Natureza e a Casa Espírita Terra de Ismael. Oferece cursos e treinamentos e realiza eventos, presenciais e on-line, na área de Plantas Medicinais e Fitoterapia.

O professor Fábio Carmona, coordenador das disciplinas na área de fitoterapia da FMRP, observa: “A fitoterapia tem um papel fundamental na prática clínica, especialmente quando baseada em evidências científicas e integrada ao cuidado do paciente”.

O médico afirma que a iniciativa da FMUSP de preservar esse acervo e incentivar o ensino da fitoterapia entre os profissionais de saúde reforça a importância do conhecimento tradicional aliado à pesquisa acadêmica. “Na USP de Ribeirão Preto, temos avançado na oferta de cursos e atividades sobre o tema, permitindo que médicos e outros profissionais adquiram uma visão mais ampla das práticas integrativas e complementares. Esse movimento fortalece um modelo de assistência mais humanizado e acessível, beneficiando pacientes e ampliando as possibilidades terapêuticas dentro do SUS”, ressalta Carmona.

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O programa de educação Fitoterapia USP, parceria entre a FMRP e a Farmácia da Natureza, localizada no município de Jardinópolis, oferece capacitações presenciais e on-line na área de Plantas Medicinais e Fitoterapia, com atuação desde o cultivo de plantas até a preparação e controle de qualidade de fitoterápicos. Já a Farmácia Viva acolhe os estudantes da USP como cenário de formação clínica. O programa de educação Fitoterapia USP conta ainda com cursos de pós-graduação, na modalidade Aperfeiçoamento (180 horas), todos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

O Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz fica na Avenida Dr. Arnaldo, 455, 4º andar, sala 4306, no bairro Cerqueira César, em São Paulo.  Acompanhe as atividades pelo site do museu, no Instagram, Facebook e Youtube.

Mais informações pelo telefone: (11) 3061 8478.

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